sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Os Quintos da Arrifana

As Invasões Francesas, que, no princípio do século passado, deixaram marcas no concelho da Feira, estão particularmente ligadas a Arrifana por um episódio horroroso e da mais atroz barbaridade. Na freguesia ergue-se o Monumento aos Mártires em memória dos homens fuzilados pelo exército napoleónico, em 17 de Abril de 1809. O massacre, acompanhado do saque da povoação, surgiu como represália à emboscada montada em Riba-Ul e dirigida por um natural de Arrifana, em que perdeu a vida, entre outros, um oficial francês sobrinho do general Soult. O povo, aflito, fugiu a esconder-se na igreja, mas nem assim escapou aos intentos assassinos dos franceses, que o fez sair ordeiramente, contando um, dois, três, quatro e, chegando ao quinto, agarrando-o para ser fuzilado no Campo da Bussiqueira. Segundo os mais fundamentalistas, terão morrido — entre homens, mulheres e crianças — perto de trezentas pessoas. Só escaparam os que o acaso escondeu por debaixo dos cadáveres.
O monumento (obelisco assente sobre pedestal) foi descerrado em 17 de Abril de 1914, na sequência das comemorações do centenário daquele trágico acontecimento. Uma placa de bronze, na frente, apresenta a cena do fuzilamento, em baixo-relevo, tendo ao fundo uma coroa de louros, com fita, onde se pode ler "Arrifana 1809-1914". No soco da base está um pequena placa, com as seguintes datas e letras abertas: "1809-1959/J. F. A." Do lado direito, uma outra placa com a seguinte inscrição: "Erigido/Pelo Povo de Arrifana/No/Primeiro Centenário/Da/Guerra Peninsular/Com o concurso/Da/Comissão Oficial Executiva/Do/Dito Centenário". Do lado posterior a placa reza: "Aos 17 de Abril de 1809/Foram barbaramente/Trucidados e fuzilados/Pelas tropas de Soult/71 mancebos de Arrifana/E lugares próximos em/ /Repre-sália de um ataque/Dirigido contra alguns oficiais e soldados/Franceses". A placa da esquerda diz simplesmente: "Solenemente/Inaugurado/Em/17 de Abril de 1914".

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O monarca luso-brasileiro



Quando consideramos os acontecimentos da história de Portugal entre a Revolução Francesa e a consolidação do liberalismo europeu, é patente que a sucessão de eventos gira em torno de um ponto cego de onde irá emergir o Portugal contemporâneo. E encoberto nesse olho do furacão histórico onde se cruzaram as mais diversas propostas políticas está a figura de D. João, príncipe herdeiro e príncipe governante, regente, rei e imperador honorário, repartido entre dois continentes, dois regimes, entre a guerra e a paz, a tranquilidade e a crise política.A soberania de D. João articulou-se em três grandes fases, todas elas bem definidas e separadas umas das outras. A primeira, de 1792 a 1807, desenrolou-se em Portugal e sob a égide do chamado despotismo esclarecido. A segunda, de 1808 a 1821, teve lugar no Brasil, convertido em metrópole, enquanto o Portugal europeu vencia as invasões francesas mas se subalternizava. A terceira, de 1821 a 1826, correspondeu ao início do regime liberal e à independência do Brasil e a tentativas de estabelecer um sistema de governo por gabinete. Em todas estas fases, quer como príncipe quer como rei, D. João foi sempre o protagonista principal, o centro das grandes atenções, o eixo em torno do qual girou a história do país, mau grado a importância conjuntural de secretários de Estado e ministros, embaixadores e plenipotenciários estrangeiros, Cortes e deputados, a sua mulher Carlota Joaquina e seus filhos Pedro e Miguel.Contudo, e apesar do extraordinário senso político com que D. João reflecte as qualidades e defeitos do povo português, dividem-se as opiniões da historiografia sobre o rei. O problema tem que ser confrontado e identificado. O problema não se resolve apenas reabilitando D. João VI perante algumas persistentes condenações. O problema exige que se reformule o quadro interpretativo de modo a perceber D. João como o epítome de uma época, a incarnação de uma ideia política, o protótipo de um governante burkeano que atravessou muitas crises com bastante mais vitórias que derrotas. Faltam-nos os termos para identificar as suas façanhas a que José da Silva Lisboa chamou benefícios.[1] Os acontecimentos são grandiosos mas atípicos –manutenção da neutralidade de Portugal nas guerras napoleónicas, transferência da Corte e Administração para o Rio de Janeiro, supressão do sistema colonial, medidas de liberalismo económico com a criação do banco do Brasil, abertura dos portos e liberalização do comércio, Declaração do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, adopção do liberalismo moderado em Portugal. Mas sendo únicos no género, nem por isso deixam de ser marcantes.Os personagens atípicos na história mundial são habitualmente incompreendidos e sobretudo acusados de indecisão, de tergiversações e de ambiguidades pelos seus adversários radicais e por observadores mal informados. Na realidade estão a operar entre duas vagas de ideias políticas, mas sem aderir a nenhuma. E contudo, grandes personagens como Akhenaton/Amenophis IV, Constantino o Grande, Frederico II Hohenstaufen, e Henrique IV de França – para citar alguns casos - acabam por ser triunfadores de uma transição que depois os ultrapassa, deixando a história correr o seu curso. É o que se passa com D. João. A própria e tradicional expressão ”reinado” é insuficiente no seu alcance hermenêutico para abranger a variedade de situações de governação em que se empenhou o monarca brigantino. Num período de trinta anos de charneira na história mundial D. João está presente com responsabilidades maiores na fundação do novo Estado no Brasil e na instauração do novo regime em Portugal. Ao alinhar as realizações da sua governação, ocorridas em mais de três décadas, é forçoso exigir que a imagem de D. João VI - e nela as qualidades e os defeitos de uma nação – não mais permaneça distorcida pela insuficiência conceptual.O estudo é fascinante porque a personalidade de D. João não é a de um génio mas antes a de um prudente, de um spoudaios na terminologia aristotélica, sem os traços do cinismo ou da reserva que amiúde acompanham a virtude cívica da prudência. Caracterizou-se pela bonomia e pelo espírito de conciliação, sintetizadas no cognome de ‘Clemente’ que a história lhe atribuiu. O verdadeiro D. João, encoberto entre duas classes, dois continentes e dois regimes, tem que ser comparado aos seus pares que vacilaram perante a estatura dominadora de Napoleão. D. João VI não foi um exilado como o futuro Luís XVIII de França nem um traste como Carlos IV de Espanha; não enlouqueceu como Jorge III de Inglaterra nem desapareceu nas estepes como Alexandre I da Rússia. Não recebeu um trono dos aliados, como os reis da Holanda e da Bélgica, ou da fortuna, como os da Suécia. No “novo mundo” não teve que “quebrar o espelho” como os libertadores da América, mas apenas de confiar a seu filho a independência do Brasil. Não se saiu mal, em época de inclemente transição.Na história é raro ver-se aparecer um personagem que incarne tão bem uma transição. Ao sabê-lo partido para sempre do seu paço da Bemposta, ainda encoberto aos contemporâneos, sentimos que conheceremos sempre mal o Clemente... E contudo, que nome tão belo para um rei... Que evocação tão preciosa para um personagem que de nós se afastou “apenas capaz de ser compreendido pelos futuros”, como tão bem augurou Barrilaro Ruas... E também, coisa rara entre os soberanos do seu tempo, que raro modo de ser cristão, na variante que lhe foi incutida pelo seu preceptor frei Manuel do Cenáculo e verificada pelos seus confessores franciscanos.

Mendo Henriques


[1] Memória dos Benefícios Políticos (...), Rio de Janeiro, 1818, 2 vol.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Albuera


A Associação Napoleónica Portuguesa esteve representada em Albuera, com "destacamentos" de Infantaria e Artilharia . Na imagem, a Artilharia.

terça-feira, 1 de maio de 2007

domingo, 18 de março de 2007

quinta-feira, 15 de março de 2007

sexta-feira, 2 de março de 2007

quinta-feira, 1 de março de 2007

António de Araújo





António de Araújo, "primeiro-ministro" de D. João Vi no príodo crítico de 1807 não compreendeu a radicalização política de Napoleão que tinha atingido o apogeu de poder após as vitórias militares sobre a Prússia e a Rússia e o Tratado de Tilsit. Apesar da usa experiência directa da França- ele que tinha estado preso na década de 90 em Paris - continuou a confiar na política à Tayllerand que não queria a invasão de Portugal mas a imposição da neutralidade activa, como sucedera na Guerra da Independência Americana com o corte dos portos portugueses à frota inglesa. Confiando nas informações de Hermann, cônsul francês em Lisboa e não se apercebendo das consequências da demissão de Tayllerand em Julho de 1807 continuou a procrastinar a titude portuguesa muito embora tenha mandado aprestar a frota de guerra e de transporte para uma evacuação para o Brasil, como se virá a verificar em Outubro de 1808.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

William Carr Beresford



Marechal do Exército Português, Escolhido com poder de "hire and fire" como o disciplinador da nação armada organizada pelo general Miguel Pereira Forjaz

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Coincidências



O almirante Sir Sidney Smith comanda a frota da Royal Navy que bloqueia Lisboa em Novembro quando o general Andoche Junot chega com suas tropas. Já se tinham enfrentado uma vez em 1801, quando Smith defendeu a fortaleza e porto de Acre, na Palestina contra Junot

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

A Úlcera Peninsular

O preço que Napoleão pagou pela sua aventura em Espanha e Portugal foi desconcertante. Fez correr sangue durante muitos anos, nos domínios diplomático, militar, financeiro, e político oe seu império, a ponto de se falar da "úlcera espanhola." Pode não ter derrubado o império mas enfraqueceu o sistema napoleonico, preparando o colapso. è justo que o duque de Wellington tenha presidido à derrota final de Napoleão na batalha de Waterloo em 1815. Foi a revolta que manteve "o sangramento da úlcera". Foi a arrogância imperial que originou a revolta, tão certamente como o poder militar não a poderia extinguir. Como disse no fim da sua vida, Napoleão, em um momento de reflexão "Tratei muito mal do caso espanhol.... A imoralidade era demasiado óbvia, a injustiça demasiada cínica."

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Camilo Castelo Branco e Pedro Cavalheiro

Landum portugués

A la música del Landum portugués dedicó el pueblo letra ingeniosa, publicada en Sevilla bajo el título "Landum Portugués, tocado por los ingleses, celebrado por los españoles y bailado por los franceses":

A Chula Ponteada, p. 91 de Antônio Vieira dos Santos serve de acompanhamento a esta ingénua poesia castelhana de cerca de 1812m quando os três aliados convergiam em absoluto.

Rogério Budasz http://www.rem.ufpr.br/REMv1.1/vol1.1/saltport.html


Los ingleses en España
juntos con los portugueses,
tocan unos instrumentos
que hacen bailar a franceses.
Venid españoles,
veréis que Landum
bailan los gabachos
a nuestra salud.


Pum, pum, cañonazo, pum,
pum, pum, trabucazo, pum,
que si no lo has visto,
ya lo verás tú,
cómo de este modo
se baila el Landum.


La música es primorosa,
la orquesta de lucimiento,
la tocata tan alegre,
que bailan de ciento en ciento,
baxo y contrabaxo,
con cañón y obús,
el tenor y tiple,
fusil y arcabuz.
Pum, pum, cañonazo, pum, etc.
Son sinstrumentos de fuego
mejores que los de aire,
porque la pólvora y balas
saben dirigir el baile;
y como se mueven
con gran prontitud
todos los franceses
van con Belcebú.
Pum, pum, cañonazo, pum, etc.

domingo, 28 de janeiro de 2007

Anexins em louvor do duque da Victoria

«Exmo. e il. Sr. -Depois que v. Exa. fez ir de escantilhão para França o fanfarrão Junot, tendo-o posto em papos de aranha nos campos do Vimeiro: depois que v. Exa. fez sair com vento de baixo ao ladino Soult, da cidade do Porto, fazendo vispere, e com as calças na mão para Castela: depois que v. Exa. disse ao zanaga Massena alto lá senhor S. Macário; e jogando o jogo dos sisudos lhe mostrou as linhas com que se cosia, fazendo-o dar às trancas e apanhar pés de burro, por ter dado com as ventas num sedeiro: depois que v. Exa. fez ir de catrâmbrias a Berrier, da Cidade-Rodrigo, e ao caxola Philipon limpar a mão à parede em Badajoz, como quem diz, faça que me não viu; e tendo estado tem-te Maria não caias: depois, finalmente, que v. Exa. nos campos de Arapiles, zás trás nó cego, desazou o macambúzio Marmont e o obrigou a cantar a sua derrota, pa pá Santa Justa, tim tim por tim tim; foi então, Exmo. Sr. que nós, os pés de boi, portugueses velhos, dissemos, este não é general de cácaracá, tem amora, não faz cancaburradus, não deixa fazer-lhe o ninho atrás da orelha; e como prudente acomete umas vezes e outras põe-se na conserva; agora podemos dormir a sono solto; o nosso medo está nas malvas; a vinda do inimigo será dia de S. Nunca à tarde: portanto só resta agradecer a v. Ex.ª a visita, que nos faz, que desejamos não seja, de médico, nem com o no estribo; devendo saber v. Ex.ª que estes desejos não são embófia, nem Perólas que leve o vento; mas sim ingénuos votos de corações agradecidos e leais, sobre os quais tem v. Exa. erguido com tanta justiça um trono de amor e respeito. De v. Exa., etc.

NOTA : Nos nº 9 e 10 do tomo I da Mnemosyne Lusitana, Lisboa, publicação patriótica de 1817, anexins em louvor do duque da Victoria, precedido de curiosas observações que a lingua portugueza é abundante de anexins muito significativos, decentes e joviaes, mais do que os idiomas das nações estranhas; que com eles podem formar-se longos discursos, como fez um literato em carta em louvor de Welington, figurando em nome dos habitantes do Vimeiro, parece que Welington aplaudira a carta, pela impossibilidade de ser traduzida, que assim dizia:

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

A partir de hoje o Manuel Amaral no Guerra Peninsular

Lannes


A missão diplomática de Lannes em 1803 - 1804.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Expulsão dos Franceses, Restauração de Portugal

O bravo Luís do Rego


O bravo Luís do Rego, assim chamado em Ordem do Dia por Wellington
Luiz do Rego Barreto, 1." Visconde de Geraz do Lima, do Cons. de S. M., Com. das Ord. de Chr. e Torre e Espada, condecorado com a Cruz de Ouro da Guerra Peninsular e com a Medalha de Comando N.° 7; e por Suas Majestades Britânica e Católica com vários distintivos. Tenente-General. Em 1808 foi o primeiro que na província do Minho se declarou contra os franceses; organizou o batalhão de caçadores n.° 4, que com mandou; como coronel do Reg. de Inf. n.° 15 esteve nos assaltos de Badajoz e S. Sebastian, e aqui recebeu o cominando da 3." briga­da que conservou até 1815; em 1817 já no Rio de Janei­ro formou a Divisão dos Voluntários Leais d'el-Rei e com ela foi a Pernambuco com carta branca e comandando a expedição contra os rebeldes daquela capitania, sendo investido no posto de capitão general. Em 1822 foi Gov. das Armas do Minho, em 1823 General em Chefe da For­ca das três Províncias do Norte e em 1834 vogal do Su­premo Conselho de Guerra.

Pouco depois, tendo triunfado o absolutismo, foi desterrado para a Figueira e depois reformado em 182i, mas em 1827 foi readmitido com a patente de tenente-general, indo de novo para o Brasil, de onde regressou quando o infante D. Miguel estava no poder.

Foi então preso, mas conseguindo evadir-se do cárcere, refugiou-se em Espanha, voltando a Portugal somente depois de terminada a luta civil.

Em 1834 foi vogal do Supremo Conselho de Guerra e em 1835 novamente governador das armas da província do Minho, e em 1838 eleito senador por Viana do Castelo.

Luiz do Rego Barreto tinha a Cruz de Ouro por 5 campanhas da guerra peninsular e a medalha de comando pelas sete batalhas de: Bussaco, Badajoz, Arapiles, Victoria, S. Sebastian de Biscaia, Nivelle e Nive; as medalhas espanholas relativas a estas batalhas, bem como pelas de Fuentes de Onoro, Albuera, Pyreneos e Orthez. A Inglaterra também o condecorou com a medalha de oito campanhas ou batalhas: Talavera de Ia Reyna, Albuera, Salamanca, Vitoria, Pyreneos, S. Sebastian, Nivelle e Nive.

Foi agraciado com a carta de conselho de sua majestade e com o titulo de Visconde de Geraz, do Lima, por decreto de 27 de Abril, e carta do lei de 30 de Maio de 1835.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

(D. Miguel Pereira Forjaz Coutinho Barreto de Sá e Resende.


Conde da Feira

Nasceu em 1 de Novembro de 1769, fal. a 6 de Novembro de 1827. Alistando-se no exército, foi alferes no estado-maior do conde de Oeynhausen. Foi promovido a capitão em 1791, e a sargento-mor em 1793, sendo ajudante de ordens do general Forbes, comandante da divisão portuguesa, no Rossilhão. Em 1806 foi elevado a brigadeiro, e encarregado da inspecção-geral das milícias do reino; nomeado em 1807 secretário do governo no impedimento do conde de Sampaio. Como Secretário da Regência e encarregado da pasta dos negócios da guerra e estrangeiros prestou relevantes serviços ao país, contribuindo poderosamente para a criação da nação em armas, vitoriosa na Guerra Peninsular. Em 1808 foi promovido a marechal de campo, e em 1812 a tenente general Após a revolução de 1820, afastou-se dos negócios públicos. Por decreto de 13 de Maio de 1820 recebeu a mercê do título de conde da Feira, e em 1826 foi eleito par do reino, por ocasião da outorga da Carta Constitucional.

GALERIA DE PERSONAGENS

- D. José, príncipe do Brasil

- D. João VI

- D. Carlota Joaquina

- Cardeal Patriarca de Lisboa

- Frei Manuel do Cenáculo

- D. Pedro, Marquês de Alorna

- Conde da Barca

- Conde das Galveias

- Conde de Linhares

- Conde de Subserra

- Condessa de Ega

- Visconde de Balsemão, luís Pinto

- Morgado de Mateus

- José António de Meneses e Sousa Coutinho

- Domingos Sousa Coutinho

- José de Seabra da Silva

- S. Pinheiro Ferreira

- José Acúrsio das Neves

- General Forjaz

- General Gomes Freire

- Geneal Bernardim Freire

- General Bacelar

- General Silveira

- General Sepúlveda

-

- Manuel Godoy

-

- Marechal Wellington

- Marechal Beresford

- Lord Stuart de Rothesay

- Almirante Sir William Sidney Smith

- General Madden

- Coronel Fletcher

- Cap. Flyers

- Sir George Canning

- Visconde de Strangford


- Marechal Lannes

- Marechal Soult

- Marechal Masséna

- Marechal Marmont

- General Junot

- General Foy

- General Loison

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Walter Scott


Em 1811 Walter Scott , impressionado pelas vítimas portuguesas das Guerra Napoleónicas, escreveu The Vision of Don Roderickuma obra cuja rendimento da venda - cem guinéus - foi entregue ao Fundo de Socorro às vítimas portuguesas da invasão de Massena. Na foto, a parte referente à batalha de Albuera.


The Vision of Don Roderick; A Poem. By Walter Scott, Esq. Edinburgh: Printed by James Ballantyne and Co. For John Ballantyne and Co., Edinburgh; and Longman, Hurst, Rees, Orme, and Brown, London. 1811. First Edition, First Impression:

The Vision of Don Roderick was written in celebration of Wellington's successes in the Peninsular Campaign, with all profits to be donated to Portuguese war sufferers. Composed in Spenserian stanzas, the poem was based on an episode in Ginés Pérez de Hita's Guerras civiles de Granada, one of Scott's favourite books as a boy. He began work on the poem at Ashestiel during the spring vacation of 1811 but found composition extremely hard-going. Upon completing the poem, he dismissed it in his correspondence as 'this patriotic puppet' (letter to John Morrit, 1 July 1811) and a mere 'Drum and Trumpet performance' (letter to William Hayley, 2 July 1811).
Scott derived his poem's scheme from Pérez Hita's story of Don Roderick, the last Gothic King of Spain, descending into an enchanted cave to learn the outcome of the Moorish invasion. Scott has two bronze giants reveal further visions of Spain's future: the Moorish dominion following Don Roderick's death, the restoration of Christian rule, the conquest of the New World, religious persecution, the slow decline of the increasingly corrupt Spanish court, down to the present day with Napoleon's invasion, the resistance of the Spanish patriots, and, finally, Wellington's brilliant victories.

Janeiro, 22 - A família real chega ao Brasil, em São Salvador da Baía.


Na retirada para o Brasil, o Príncipe D. João foi encontrar um território com as fronteiras praticamente definidas. Esse facto deve-se não só a uma específica configuração geográfica como, mais ainda, a um tipo original de colonização. A chegada e permanência da monarquia portuguesa, e com ela, todo um aparelho de Estado, foi o factor decisivo para o reforço de uma unidade territorial que a independência confirmou. A presença da família real após a viagem salvadora da coroa, a abertura dos portos às "nações amigas" - na prática a Inglaterra - e a criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), conferem à colónia poderosos ingredientes. Investido do título real (1816), e cada vez mais inserido na sociedade do novo reino, D. João VI torna-se um factor eficaz para reforço dos anteriores movimentos independentistas que, embora jugulados, haviam produzido ingredientes ideológicos para a separação política.

Numa nota de actualdiade, um video do Palavra Aberta, uma entrevista com D. João de Orleans e Bragança. trineto de Dom Pedro II e bisneto da Princesa Isabel, mostra uma visão clara da realidade brasileira. Além disso, o império brasileiro, considerando algumas de suas figuras mais representativas, ainda pode servir de exemplo e de modelo, no instante em que todas as atenções de voltam para a busca de saídas para a crise ética em que se debate o país.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Torres Vedras


Durante o Inverno de 1809-1810, em Portugal procede-se à construção das Linhas de Torres Vedras. Cerca de 100.000 homens e mulheres, por turnos, os engenheiros portugueses e os planos adoptados por Wellington permitiram preparar em segredo duas longas linhas de fortificações, com mais de 45 km de comprimento, a primeira das quais entre Alhandra e a foz do Lizandro, com mais de 100 redutos, 800 bocas de fogo, e guarnecidas por cerca de 90 mil homens além do exército regular com ingleses, portugueses e espanhóis.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Alexander Dickson



TCoronel de Artilharia no Exército Português. Terceiro filho do Almirante William Dickson. Serviu em Minorca 1798. Esteve no cerco de Malta na rendição de La Valetta 1800. Serviu em Buenos Aires 1807 Serviu durante Guerra Peninsular, durante toda a campanha. Serviu em New Orleans e na captura do Fort Bowyer 1815 Comandou o Trem de artilharia em Waterloo, Mauberg, Landrecies, Phillippville, Marienberg, e Rocroi Director General Field Train Department e DAG Royal Artillery Casou com Miss Briones Morreu em 22 Abril 1840 Oficial de artilharia britânico, entrou na Real Academia Militar em 1793 e segundo tenente na Artilharia Real no ano seguinte Como subalterno serviu em Minorca em 1798 e em Malta em 1800 Como capitão tomou parte na Expedição de Montevideu de 1806-07, e em 1809 Acompanha Howorth na Guerra Peninsular como oficial encarregue da artilharia. Esteve presente em toda a campanha, durante a qual lhe foi confiado por Wellington os assédios as praças de Badajoz, Ciudad Rodrigo, fortes de Salamanca e Burgos .No final da Campanha, foi encarregue do comando da artilharia do Exército Luso-Britânico ainda sendo capitão no Exército Britânico (Tenente-coronel do Exército Português), tendo sob as suas ordens cerca de 8000 homens Em Vitória, Pirenéus e Toulouse dirigiu os movimentos da artilharia. A fim de não se oferecerem problemas devido a ter uma antiguidade inferior, ou mesmo posto inferior a muitos oficiais britânicos, quando comandou o Exército Luso-Britânico, fê-lo com o posto de Tenente-coronel e Coronel do Exército Português e com a farda Portuguesa. Esteve na campanha de New Orleans, regressando à Europa por ocasião da Batalha de Waterloo na qual esteve foi como oficial do Estado-maior da Artilharia de Wellington, comandando o trem da artilharia dos cercos das fortificações francesas deixadas na retaguarda durante o avanço aliado O resto da carreira foi passado em serviço na Inglaterra, como oficial do Estado-maior, falecendo como Major General em 1840 Foi um dos primeiros membros da Royal Geographical Society

Portugueses vistos por ingleses



The Private Journal of F.S. Larpent, Esq, London, R. Bentley, 1853
Edited by Sir George Larpent, Bart.

Fuente Aguinaldo,18 Maio 1813
“ In the review yesterday, besides the two regiments of Caçadores Portuguese, there was the 17th of the line Portuguese; they really marched and acted & etc, very nearly as well as our own. The men, however, are naturally mean, shabby men in general, like the pictures of the Queen´s family at Frogmore, which you must remember. The officers look much better than the Spaniards, and seem most of them to know of their duty.
The Spaniards men, as men independent of discipline are wonderfully superior to the Portuguese, and yet we have see, by the want of that knowledge of acting in a mass, and total mistrust of their leaders, how inferior they have been hitherto.”
Larpent, Vol. I . pp.182-3

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

A partir de hoje, Sérgio Veludo inicia funções aqui no Guerra Peninsular

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

AGOSTINHO JOSÉ FREIRE



Bacharel formado em Matemática pela Universidade de Coimbra; ministro e conselheiro de Estado, deputado, par do reino, major do exército, etc. N. em Évora a 28 de Agosto de 1780, fal. em Lisboa a 4 de Novembro de 1836.Ainda muito criança veio para Leiria com seu pai, que tinha igual nome, e ali frequentou os primeiros estudos; seguiu depois para Lisboa a estudar humanidades, passando mais tarde a Coimbra, onde cursou a faculdade de Matemática, tomando o grau de bacharel em 1807 ou 1819

mas o vivo desejo de combater pela independência da pátria contra os franceses, o obrigou a alistar-se no regimento de infantaria n.º 10, a 16 de Outubro de 1819, sendo logo promovido a alferes. Com este posto tomou parte nalgumas batalhas da guerra peninsular, conquistando pela sua bravura a promoção a tenente em Junho de 1811. Regressando a Portugal depois de ter assistido ás batalhas de Albuera, Vitoria e Pirinéus, foi promovido a capitão em 1815. Tendo terminado a campanha peninsular, matriculou-se na academia de fortificação, onde estudou dois anos, não chegando a concluir o curso, por haver sido nomeado assistente do quartel-mestre general do exército.

Finanças das Guerras Napoleónicas

MILITARY EXPENDITURE
[Sources: European State Finance Data Base, "Report of the House of Commons - Inflation: 1750-1998"]

Britain (subsidies to allies + the Royal Navy + army, artillery, militia in pounds sterlings (millions)
{* - an average for each 5-year increment}
1805 3.3+15.0+22.6=40.9
1806 2.7+18.9+24.9*=46.5
1807 3.9+17.4+24.9*=46.2
1808 9.3+18.1+24.9*=52.3
1809 8.4+19.6+24.9*=52.9
1810 9.8+19.0+24.9*=53.7
1811 14.2+19.8+41.1*=75.1
1812 18.9+19.3+41.1*=79.3
1813 27.4+20.1+41.1*=88.6
TOTAL 535.5 œ millions

France total for army and navy in pounds (millions)
1805 16.0
1806 19.9
1807 17.1
1808 17.7
1809 17.9
1810 18.2
1811 24.4
1812 26.9
1813 29.8
TOTAL 187.9 œ millions

Alemanha - A Cultura contra Napoleão

  • O escritor e pedagogo alemão Friedrich Ludwig Jahn publica a sua obra "Nacionalidade alemã", na que pretende definir o seu conceito do que é a nacionalidade alemã ou "Deutsches Volkstum". Ao mesmo tempo promove as sociedades ginásticas, a primeira fundada em 1811 em Hasenheide, onde os jovens devem educar o seu carácter e o seu corpo para ser bons soldados, capazes de mobilizar-se contra o ocupante.
  • No estado de Prússia e, concretamente na cidade de Berlín surge fundação da universidade que desenvolverá, depois do Tratado de Tilsit de 1807, uma reforma intelectual, moral e política, na qual colaboram os filósofos Fichte, Schleiermacher, entre outros), os eruditos (Humboldt, etc...) e os poetas (Kleist, Arndt). O seu começo de funcionamento data do Outono de 1810. A universidade de Berlim fora fundada a 16 de agosto de 1809 (com carácter não oficial) pelo que neste ano inicia o seu primeiro curso académico, com o filósofo Fichte como primeiro reitor.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Napoleão


Compreeender a Guerra Peninsular exige compreender os planos de Napoleão. No essencial, em 1807 Napoleão tornara-se um ditador militar que há muito enterrara a representação e cujas aventuras imperiais conduziram ao fracasso dos interesses nacionais em franceses. Tayllerand, o expedito ministro francês que atravessou todos os regimes sempre no poder, foi despedido em Agosto de 1807, segundo certas fontes porque não concordava expressamente com a aventura hispano -portuguesa de Napoleão. En todo o caso, Napoleão sentiu a necessidade de o afastar antes do Ultimatum à Casa de Bragança e ao Tratado de Fontainebleau no Verão de 1807

sábado, 13 de janeiro de 2007

Libertação



Oh! Consolar-me exclama e de mãos trémulas
A epístola fatal lhe cai: perdido
É tudo pois!
Almeida Garrett, Camões, Estância XXIII

Existe uma coincidência espantosa nos remotos anos após o fim da Guerra Peninsular; num tal momento da Pátria e do mundo, em torno de Camões se encontrarem na comunhão da mesma emoção de cons¬ciência nacional o Morgado de Mateus, (edição dos Lusíadas pelo Morgado de Mateus em Paris, na oficina de Firmin Didot. – em 1817 e 1819 expendendo uma fortuna e seu esforço na elaboração da mais monumental edição de Os Lusíadas, e o compositor José Domingos Bontempo, criando a obra-prima que lhe consagra o nome, a Missa de Requiem a quatro vozes consagrada à memória de Camões em 1818. o pintor Domingos António de Sequeira, expondo em 1824 no Salon de Paris A Morte de Camões, (Hoje no. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa), E Portugal a publicação do poema Camões, de Almeida Garrett, em 1825 que inicia o movimento romântico. A todos Camões oferecia a expressão eloquente de quanto o momento histórico sugeria de pessimismo perante o que se afigurava de morte inevitável; mas também de tónico nas fortes estrofes do grande poema que faziam ressurgir a confiança no futuro. E era tal a certeza que levava o Morgado de Mateus a publicá-lo., Bontempo a tocá-lo, Sequeira a pintá-lo e Garrett a cantá-lo. O futebol tem hattrick. A arte teve quatro em um.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

200 anos de Romances Históricos


As obras de ficção que situam a acção no tempo das invasões napoleónicas em Portugal, ou da chamada Guerra Peninsular, têm qualidade literária diversa e correspondem a vagas sucessivas de literatura romântica .
Vêm elas desde Mário (1858) de Silva Gaio, “Episódios das lutas civis portuguesas de 1820 a 1834”, contando depois com “A Menina do Val-de-Mil” (1860, in Arquivo Pitoresco), Cenas da Guerra Peninsular, de Mendes Leal, com Lágrimas e Tesouros (1863) de Rebelo da Silva (que trata da estada de Beckford em Lisboa), com O Sargento-Mor de Vilar (1863), e com O Segredo do Abade (1864), ambas de Arnaldo Gama (que tratam da segunda invasão francesa, enfocando o desastre da Ponte das Barcas, ou das lutas no Minho na primeira invasão), com A Casa dos Fantasmas (1865) de Rebelo da Silva (que se ocupa também da primeira invasão) e mesmo com Amor de Perdição (1865), de Camilo Castelo Branco (que utiliza o período em questão), com “A Noiva do Cadafalso” (1867, in Panorama) e As Duas Flores de Sangue (já de 1875, e inspirada em A San Felice de A. Dumas, que o autor traduziu), ambas de M. Pinheiro Chagas, tratando de um episódio da guerra do Roussillon, com presença de Gomes Freire, ou da guerra dos Franceses em Nápoles, com intervenção do marquês de Nisa, com Pintura de um Outeiro Nocturno e um Sarau Musical (1867-1868) do marquês de Resende, referida ao “fim do século passado”.
Mais tarde, apareceu A Guerrilha de Frei Simão (1895) e A Joana d’Arc dos Miguelistas (1898), ambas de Alberto Pimentel, tratando dos anos 20 até 1833, ou da figura da marquesa de Chaves - como veio a fazer (1922) Eduardo de Noronha em Marquesa de Chaves, mais romanceadamente. Já no século XX e mais popularmente, Campos Junior publicou provavelmente o último romance sobre as invasões francesas: A Filha do Polaco (1903). No teatro, foi Mendes Leal quem inaugurou o período temático com Os Primeiros Amores de Bocage (1865), embora referido aos anos 1783-1786. Em 1899, foi Marcelino Mesquita quem, com grande êxito cénico, realizou, em Peraltas e Sécias, uma boa comédia de costumes da corte de D. Maria. Em 1919, Júlio Dantas publicou e fez representar (com Maria Matos na protagonista) a peça em um acto Carlota Joaquina que se passa em Queluz, ao regresso de D. Miguel, em 1828. Só já no nosso tempo Felizmente Há Luar (1963) de Luís Sttau Monteiro, tratou da conspiração de Gomes Freire e D. João VI (1979), de Helder Costa (com Mário Viegas no protagonista), caricaturou o monarca. Também o cinema explorou este período em Bocage (1936), de Leitão de Barros ( com excelente interpretação de João Vilaret no regente D. João) - e, no Brasil, Carla Camurati realizou em Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1995) uma crítica sarcástica da rainha e da sua corte, com cenas passadas em Portugal. Recolhas poéticas cobrindo também este período com obras populares e satíricas foram produzidas por Alberto Pimentel em A Musa das Revoluções (1885) e por A. Tomás Pires em Cancioneiro Popular Político (1891).
Uma das mais recentes é Razões de Coração, de Álvaro Guerra 1991, (Dom Quixote) . Tendo como base um diário de um monge do convento de Mafra, é um romance sobre “paixões em Mafra ocupada pelos franceses no ano de 1808” que divide a população naqueles que acreditam que os franceses serão expulsos, ou que ficarão para governar, ou que nem uma coisa nem outra, desde que não implique com as suas vidas.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Bicentenário - 1807-2007


Completam-se em 2007, 200 anos sobre o início das Invasões Napoleónicas e completam-se em 2015 a assinatura do tratado de Viena que põe termo às Guerras Napoleónicas em que Portugal esteve empenhado Sendo este episódio um dos mais importantes, senão mesmo o mais importante, da História de Europa do séc. XIX, não podemos, nem devemos deixar passar em branco a efeméride, trazendo para o presente o significado que conteve de passagem e ao mundo aquilo que nós fomos e o que fizemos nesse período . Mas mais ainda. Trata-se de uma forma de dar a conhecer o contributo dos portugueses para a consolidação dessa nova Europa: a Europa das Nações.
Portugal desempenhou um papel importantíssimo em todos estes acontecimentos. Por isso e porque as Invasões marcaram de forma traumática a entrada portuguesa no mundo contemporâneo, impõe-se tomar uma posição que dê a conhecer com grande impacto e realismo, a nível interno, e internacional, a real contribuição e sacrifícios do nosso país na vitória final. Acaba por ser, no fundo, uma maneira de mostrar aos portugueses a passagem de uma Europa dividida pelas pretensões imperiais para uma União Europeia.